A solenidade de entrega da Comenda Escrava Anastácia pela Câmara de Vereadores de Rio do Sul aconteceu nesta terça-feira, 19, no pavilhão 2 do Centro de Eventos Hermann Purhagen. O homenageado foi o musicista e sambista Nilson Nunes, riosulense Nilson da Bêra, que atualmente mora em São José, na Grande Florianópolis. A solenidade foi presidida pelo vereador Eroni Francisco da Silva, presidente da Câmara de Vereadores de Rio do Sul.
Após a solenidade todas as pessoas presentes puderam experimentar quitutes da culinária africana, num coquetel de comida típica afro-brasileira. Em seguida teve uma apresentação cultural com muito samba no pé com a Bateria Show Floripa, que entrou no pavilhão ao som do atabaque, tamborim e muita jinga, com música carnavalesca e desfile de mestre-sala e porta-bandeira. Bailarinas e bailarinos mostraram que o samba, que o carnaval em Santa Catarina também faz parte da nossa cultura.
Acarnap coordena a homenagem
Deiziane de Souza Fontanive, a Preta, presidenta da Associação Cultural Anastácia da Raça Negra Ação Popular do Alto Vale do Itajaí (Acarnap), explicou que a Comenda Escrava Anastácia foi criada por lei em Rio do Sul em 2006, mas que somente em 2014 passou a homenagear personagens que de alguma forma representam a cultura Afro-brasileira. Desde então só no ano passado (2023) não aconteceu a homenagem por causa das enchentes em Rio do Sul. Este ano aconteceu a 18a. edição da Comenda, sempre sob a coordenação da Acarnap, entidade que define a pessoa homenageada.
Nilson da Bêra
Nilson Nunes, nome artístico “Nilson da Bêra”, 63, morou em Rio do Sul até 1998. Primeiro residiu na Bêra, onde hoje é a Unidavi, depois se mudou com a família para o Bairro Boa Vista.
“A escolha do Nilson seguiu o critério pela relevância cultural. Pelo protagonismo dele no setor cultural Afro, inclusive com sambas autorais”, explicou Preta.
“Como representante da comunidade Negra, vejo que as coisas estão avançando mas ainda continuam muito difíceis”, finalizou Deiziane de Souza Fontanive, a Preta, ao analisar o processo cultural do Brasil, onde ainda há muito preconceito contra as pessoas pretas e pobres. Uma herança dos 300 anos de escravidão que a Semana da Consciência Negra, que estabeleceu o dia 20 de novembro feriado nacional, vem buscando formas de resgatar essa dívida história a fim de um dia poder fazer justiça com esse período escravocrata da construção da sociedade brasileira.
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Crédito: Aurio Gislon, jornalista e agricultor socioambiental