Smart Brinco de Rastreação Animal: tecnologia Sul-Coreana ganha terreno no Brasil

Tecnologia para pequenas e grandes propriedades rurais

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Uma inovação tecnológica desenvolvida na Coreia do Sul começa a ganhar espaço no campo brasileiro. Trata-se do Smart Brinco, um dispositivo de monitorização animal implantado recentemente no Brasil pelo produtor Rodrigo Pries, que hoje integra um projeto-piloto considerado pioneiro no país.

A iniciativa chamou a atenção do estudante de jornalismo Cleiton da Silva, que procurou Rodrigo pelo WhatsApp para compreender melhor como funciona essa solução avançada de rastreação e cuidado do rebanho.

Monitorização em tempo real

Segundo Rodrigo, o Smart Brinco foi inicialmente adotado em sua propriedade de produção leiteira. O dispositivo — fixado na orelha de cada animal — monitora uma série de parâmetros:
– Temperatura corporal
– Movimentos e padrões de atividade
– Variações ambientais
– Indícios de doenças
– Detecção de cio
– Alertas de comportamento anormal

Tudo isso ocorre em tempo real, graças à integração com antenas instaladas estrategicamente na propriedade, cada uma com um alcance de cerca de 500 metros. Em regiões onde o sinal de internet rural é limitado — como é comum no Brasil — essas antenas tornam-se essenciais para captar e transmitir os dados ao sistema central. Rodrigo explica: “Ele vai identificar se o animal está se movimentando pouco, se a temperatura está muito alta, questões de doenças, a questão do cio das vacas… qualquer anormalidade ele acusa em tempo real no sistema.” Quando um animal sai da área de cobertura das antenas, as informações são automaticamente enviadas assim que ele retorna ao raio de alcance.

Primeiros testes no Brasil

O projeto implantado por Rodrigo representa um marco: é a primeira propriedade do Brasil a testar o Smart Brinco em tempo real para gado leiteiro. Além disso, um segundo teste está em andamento em Rio do Sul, aplicado ao gado de corte. Um dos grandes desafios desse processo é justamente a conectividade: enquanto na Coreia todos os pontos rurais possuem sinal de celular, no Brasil a solução precisa dessas antenas adicionais. Rodrigo reforça: “O sistema funciona. O teste aqui é mais para ver se as antenas conseguem jogar o sinal nesse raio.”

Como o Brasil conheceu a tecnologia?

Questionado por Cleiton se houve algum intermediário — como o conhecido Jailson Lima da Silva como relatado em reportagem na RBA — na chegada da tecnologia, Rodrigo confirmou que houve indicações e contatos que facilitaram o acesso ao sistema de origem coreana. Embora os detalhes empresariais ainda não tenham sido amplamente divulgados, sabe-se que o intercâmbio tecnológico entre Coreia do Sul e Brasil tem crescido especialmente no setor agropecuário.

Custo e acessibilidade

Uma das grandes preocupações de Cleiton foi entender se o Smart Brinco é acessível também à agricultura familiar, área em que Rodrigo atua fortemente. Rodrigo afirma que, embora existam no mercado brasileiro outros tipos de “brincos inteligentes”, a maioria funciona por GPS e não oferece dados em tempo real — além de terem custos mais elevados. O modelo coreano se apresenta como uma alternativa mais viável, especialmente porque pode ser aplicado tanto em rebanhos grandes quanto em pequenas propriedades. Os valores finais, no entanto, ainda dependem da fase de testes e da adaptação tecnológica ao cenário rural brasileiro.

Futuro da pecuária inteligente no país

Se os testes continuarem bem-sucedidos, o Smart Brinco pode representar uma revolução na pecuária nacional, trazendo:
– redução de perdas por doenças não detectadas a tempo
– maior precisão na reprodução
– gestão mais eficiente do rebanho
tomada de decisões baseada em dados

O modo como o dispositivo combina inteligência artificial, sensores térmicos e análise comportamental coloca a pecuária familiar e empresarial num novo patamar de tecnologia.