O Instituto Federal Catarinense, campus Rio do Sul, iniciou na segunda-feira, 7 de abril, curso de especialização e de extensão universitária “SPDH+ e a Transição Agroecológica”.
A turma tem 68 matriculados, onde 48 vão se formar na pós-graduação e outros 20 em extensão universitária.
O método é de alternância porque nos próximos 10 meses os estudantes vão ter uma semana intensiva de aulas na sede do IFC, na Estrada do Redentor, e nos demais dias do mês vão aplicar o aprendizado na propriedade. Esse método possibilita um processo de construção coletiva do conhecimento.
“A praxis vai criar uma nova sistematização da agricultura familiar e camponesa do Brasil”, disse o doutor em agroecologia e um dos coordenadores do curso, Valdemar Arl, na mesa de abertura, no primeiro encontro da turma no IFC, que também teve a fala de diversas outras lideranças de entidades e universidades parceiras, a exemplo de Rodrigo Preis, coordenador geral da FETRAF-SC, que saudou e deu as boas-vindas aos participantes e falou da importância do SPDH+ para a transformação do campo brasileiro e os reflexos desse método de produção para o conjunto da sociedade.
Os sistemas de plantio direto de hortaliças e de outras lavouras (SPDH+) pode ser aplicado em toda a agricultura de Santa Catarina e do país, num processo ascendente, que vai garantir a produção de alimentos mais saudáveis e diversificados, fortalecer a relação campo cidade e proporcionar o desenvolvimento de uma produção mais sustentável.
Toda a sociedade ganha, inclusive com a diminuição dos impactos de períodos muito chuvosos ou de estiagem, prevenindo e diminuindo, por exemplo, as enchentes no Vale do Itajaí.
O curso é de um ano. A cada etapa de uma semana intensiva, além das aulas teóricas no IFC, a turma vai conhecer práticas em SPDH+ com visitas técnicas e intercâmbios. Na quinta-feira desta semana já está programada uma viagem aos municípios de Angelina e Anitápolis, municípios próximos ao litoral catarinense, para conhecer agricultura de montanha que já vem empregando há anos o sistema de plantio direto com resultados muito positivos, diminuindo o custo de produção e aumentando a produtividade de forma sustentável.
Por Aurio Gislon, jornalista e agricultor socioambiental